sexta-feira, 7 de março de 2008

FC Porto - Académica - Antevisão de Domingos


Domingos Paciência sabe que no Dragão mora uma grande equipa e que será preciso jogar com alma para sair de lá com um bom resultado. A estatística, aliás, diz que a Académica não vence os portistas desde 1971 e, no contexto actual, com os comandados de Jesualdo Ferreira quase a passear pela Liga, parece utopia sonhar em ganhar pontos frente a tão poderoso adversário. Certo? Errado.
O antigo jogador dos azuis e brancos, que nunca escondeu o carácter especial de mais um regresso a uma casa bem conhecida, acredita que as possibilidades dos estudantes não são assim tão diminutas: «É um jogo frente a uma equipa que não merece contestação quanto ao seu rendimento esta época, sabemos as dificuldades que nos esperam, mas não quero adoptar o discurso de alguns colegas [Jaime Pacheco] e falar numa máquina trituradora ou que não podemos perder a nossa identidade. São 90 minutos, por vezes até mais, porque é depois dos 90 que temos sofrido golos [sorrisos]. Vamos dar tudo, jogar de forma organizada e concentrada, para tentarmos pontuar.»
O treinador da Briosa relativiza a questão do cansaço dos portistas, lembrando que utilizaram equipas diferentes no Bessa, e com o Schalke 04. «Estamos à espera de um F.C. Porto forte. Na primeira volta, quando eles cá vieram, também tinham acabado de jogar com o Besiktas, e podem não ter estado tão fortes, mas estiveram sempre organizados, criaram oportunidades de golos, e atingiram os seus objectivos. A questão do desgaste, só o jogo o dirá. Vai depender também da forma como a Académica poderá explorar e expor essa vertente», vaticina.
Os dois últimos dois resultados dos campeões nacionais poderão, ainda assim, funcionar contra os estudantes, que correm o risco de ter de pagar a factura: «Depois de dois jogos em que não atingiram os seus propósitos e sabendo que agora o Campeonato é a prioridade, vão criar-nos ainda mais dificuldades. Além disso, não é normal para um clube grande estar três jogos consecutivos sem ganhar.
A eliminação da Liga dos Campeões frente ao Schalke, num jogo em que Domingos considerou que os azuis e brancos foram melhores, levou-o a formular um pedido: «Costuma-se dizer que ganhe o melhor. Se os alemães foram piores, mas ganharam, agora também quero que a Académica seja pior e vença! Há sempre uma primeira vez para tudo e o F.C. Porto, normalmente, tem um jogo mau por ano. Esperemos que seja este, apesar de a história dizer que não lhes ganhamos desde 1971. Temos de viver do presente.»
O técnico dos estudantes promete apresentar um onze com «grande disponibilidade e desejo de estar nesta partida», ávidos de «entrar na história» do clube, perante uma formação com «melhor conhecimento do oponente do que ao contrário», pois o F.C. Porto, devido aos caprichos do calendário, vai defrontando os adversários dos conimbricenses na jornada seguinte.
Que não acredita em desmotivação da parte dos jogadores do F.C. Porto, pois, por conhecimento de causa, sabe que «jogam sempre nos limites».