domingo, 16 de março de 2008

Académica - Belenenses, 0 - 0

A Académica voltou a desperdiçar mais uma boa oportunidade para voltar aos triunfos - não ganha há cinco jogos, incluindo o deste sábado - , ao não ser capaz de desfeitear um Belenenses que jogou quase toda a segunda parte com menos um jogador. Pela segunda vez esta época (a anterior foi com o F.C. Porto), os estudantes não conseguiram marcar golos em Coimbra e, com isso, aumentaram o número de jogos dos azuis do Restelo sem perder fora, algo que ainda não aconteceu este ano.
Domingos Paciência provou ser, mais uma vez, um adepto da rotatividade do plantel ao escolher um onze com seis alterações em relação ao último encontro. Mudanças em todos os sectores, excepção feita à baliza, que, valha a verdade, não prejudicaram a dinâmica na equipa. Antes pelo contrário.
O Belenenses, como sempre, surgiu bem posicionado, seguro na defesa e a tentar sair rápido para o ataque, mas de forma inconsequente. Do outro lado, uma Académica a carregar sobre o adversário como quem tenta atirar bolas contra um muro. Miguel Pedro e Luís Aguiar assumiram as despesas do ataque, mas foi Nuno Piloto o primeiro a desperdiçar uma oportunidade escandalosa (houve tão poucas!), atirando por muito por cima quando estava em óptima posição para atirar a contar, sem marcação já que Rolando tinha escorregado.
O Belenenses procurou reagir mas Pedro Roma nem teve de se esforçar na primeira parte, tal a inoperância do seu sector mais avançado dos azuis do Restelo. As ocasiões mais claras foram, portanto, da Briosa, embora escassas: depois do falhanço de Piloto, contam-se duas defesas de Júlio César, a remate de Kaká e num livre de Luís Aguiar. O resto, foi paisagem: defesas claramente superiores aos ataques, bola muito longe das balizas, tudo muito previsível.
O jogo animou um pouco no início da segunda parte, depois de uma entrada vigorasa dos donos da casa e da expulsão de Cândido Costa, por acumulação de amarelos. A Académica percebeu então que tinha chegado a hora de dar tudo para obter o triunfo e Domingos, depois de pensar em Tiero, acabou por lançar Joeano na partida para o lugar do apático Edgar.
Aquilo com que o jovem técnico não contava era com uma nova lesão de Pavlovic - estava de regresso após duas semanas de recuperação - e a substituição forçada para a entrada de recurso de Paulo Sérgio, um trinco, quando a equipa precisava de espingardas na frente, comprometeu um pouco a estratégia estudantil. O tempo perdido até que o sérvio fosse rendido - o árbitro pareceu aliado da situação - também jogou a favor do Belenenses, a quem o empate, até pelas circunstâncias, serviu na perfeição.