segunda-feira, 10 de março de 2008

FC Porto - Académica, 1-0





Este seria sempre um jogo ingrato para o F.C. Porto. Pelas dores da injusta eliminação europeia, pelo peso da inevitável desmotivação causada pela mesma. No que realmente interessa, os bicampeões nacionais colheram mais três pontos e têm agora catorze (!) de vantagem sobre o segundo classificado.
Num Dragão menos efervescente do que o costume, a Académica de Coimbra foi o adversário ideal para a equipa de Jesualdo Ferreira. Um conjunto tímido, limitado e conformado com a sua condição inferior.
Defendeu razoavelmente bem, até porque as suas linhas mais recuadas estiveram sempre bem preenchidas numericamente, e atacou muito pouco e mal.


Neste enquadramento, o F.C. Porto percebeu que não seria necessário fazer um jogo intenso e dinâmico. A equipa limitou-se a fazer uma boa circulação de bola, a estar concentrada e a aproveitar o erro gravíssimo de Pedro Roma, para vencer bem mas longe do deslumbre de outras noites.
Ricardo Quaresma apontou o único golo aos 31 minutos, com a colaboração decisiva do guarda-redes da «Briosa».
Falar em depressão seria demasiado pesado. Não, a palavra certa será tristeza. O F.C. Porto foi um conjunto triste no primeiro jogo após o afastamento da Liga dos Campeões.
E este estado é compreensível. A forma como a equipa perdeu, num misto de crueldade, azar e culpa própria, mexeu com os sentidos dos azuis e brancos. A presença taciturna, até apática, no jogo desta noite não o permite esconder.
Os sintomas são evidentes e mais fortes do que a procura de uma motivação que, naturalmente, será reencontrada em breve. Noutros palcos, noutras condições.
Deste jogo, pouco, muito pouco, há para contar. Jesualdo fez questão de apostar nos mesmos homens que defrontaram o Schalke (excepção feita ao lesionado Bosingwa, substituído por Marek Cech), mas faltou-lhes força física e, essencialmente, mental.
Não houve rasgos de excelência, não houve abanões ao ritmo sonolento e bocejante. O F.C. Porto limitou-se a passear a sua superioridade e criou algum perigo, essencialmente, em jogadas de contra-ataque. Imagine-se.
Não surpreende, por isso, que o único golo tenha surgido num erro. Neste caso de Pedro Roma, guarda-redes da Académica.
A vencer aos 31 minutos, o F.C. Porto geriu como quis a magra vantagem. E percebeu que não teria grandes problemas, tal a incapacidade demonstrada pelos «estudantes» que nunca, nunca mesmo, incomodaram Helton.
Só nos últimos cinco minutos os dragões decidiram jogar o futebol de que tanto gostam. Neste período criaram mais ocasiões do que no restante tempo de jogo, mas Pedro Roma redimiu-se com três defesas extraordinárias a remates de Lisandro (dois) e Lucho.
Já no período de descontos, Mariano Gonzalez viu o vermelho directo, por alegada agressão a um adversário. No estádio pareceu-nos uma decisão exagerada de Cosme Machado.
Mas que venham mais jogos, melhores de preferência, pois deste não vai rezar a História.

De destacar o forte apoio prestado á equipa pela claque Mancha Negra, que esteve em bom número no Dragão. Vídeo