segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Briosa vence o Vitória 10 anos depois



A Académica comemorou dez meses sem perder em casa com o triunfo mais saboroso da época até agora ou não tivessem passado quase 10 anos (desde 4 Janeiro de 1999) sobre a última vez que os estudantes conseguiram tirar os três pontos aos sadinos, em Coimbra, em jogos a contar para o Campeonato.

É caso para dizer que a frescura de três semanas sem competição dos estudantes fez toda a diferença perante uma equipa que jogou há três dias, para a Taça UEFA. Destaque ainda para as intervenções determinantes de Peskovic - numa altura em que Pedro Roma nem foi convocado -, para segurar o zero a zero na fase em que os setubalenses ainda conseguiam correr e para a entrada de Diogo Gomes, que sofreu a grande penalidade na origem da vitória, a segunda consecutiva da Briosa-

Passada a jornada uefeira, a Liga regressou e com ela os velhos hábitos: mau futebol, jogos a horas impróprias, e, como São Pedro não perdoa, também a chuva já vai contribuindo para tornar os relvados mais pesados e impróprios para os artistas da bola. De tudo isto teve um pouco o Académica-V. Setúbal que encerrou o domingo futebolístico.

O estado do terreno terá levado Domingos Paciência a apresentar um onze mais musculado, com Pavlovic de regresso e Sougou, por ser um levezinho, a ficar no banco. A equipa poderá ter-se ressentido das mexidas ou então, por estratégia, entregou o domínio do jogo ao adversário. Que, diga-se, também se mostrou pouco interessado em assumir as despesas, numa clara gestão pelo esforço dispendido na última quinta-feira, diante do Heerenveen.

Os donos da casa acabaram, por isso, por pegar (finalmente) nas rédeas do jogo mas faltava-lhes mais velocidade e imprevisibilidade no último terço do terreno. O pouco perigo criado surgiu a partir de remate de meia-distância e bola paradas. Às quais Bruno Vale foi chegando, sem esforço. O jogo vitoriano, pautado por um Leandro Lima claramente em baixa - o relvado também não ajudava - passava quase exclusivamente pela esquerda, onde Cissokho, mas sobretudo Laionel iam causando calafrios à defesa da casa.

Diogo Gomes destabilizou

Na segunda metade, Domingos Paciência viu-se forçado a prescindir de Garcés, devido a lesão, e lançou Sougou numa tentativa de, graças à velocidade do senegalês, desgastar ao máximo a defesa sadina que, inevitavelmente, acabaria por dar sinais de cansaço. Em teoria, o raciocínio estava certo. Na prática, não foi bem assim.

Acabou por ser Diogo Gomes quem revolucionou a partida. O esquerdino, em estreia absoluta pela Briosa, destabilizou o plano setubalense para sair de Coimbra com um ponto e foi ele que sofreu a grande penalidade que Cléber converteu, colocando os estudantes na frente do marcador.

Depois do golo da Académica, o V. Setúbal acabou. Se ainda houve frescura na primeira parte e nos instantes iniciais da segunda, na recta final o esforço veio ao de cima e o pouco atrevimento de Dauto Faquirá (fez apenas substituições posicionais) não permitiu à equipa esticar-se como seria necessário para sonhar com o empate.