sábado, 19 de abril de 2008

O Rei escolheu bem a sua morada


Estádio Cidade de Coimbra, Coimbra
Assistência: 10.043 espectadores
Árbitro: Pedro Henriques, AF Lisboa
Assistentes: Sérgio Lacroix e Gabínio Evaristo
4º Árbitro: Hugo Vicente


Ambiente de jogo grande em Coimbra, com uma excelente moldura humana e adeptos entusiastas, a alimentarem a rivalidade que os caracteriza. A Mancha Negra, como à muito já não se via, esteve irrepreensível no apoio à Briosa. Do outro lado, 3 mil espanhois puxaram pelos minhotos.

O V. Guimarães cedeu um empate em Coimbra na abertura da 27ª jornada da Liga e deixou o segundo lugar à mercê do Sporting, caso os leões cumpram o plano estabelecido por Paulo Bento e vençam em Leiria, neste domingo.

Uma semana depois de ter deixado o país desportivo boquiaberto, a Académica regressou à terra para enfrentar, ainda assim, outro concorrente de peso, candidato ao segundo lugar na Liga, mas que não traja nem de verde, nem de encarnado. O V. Guimarães veio à cidade do Mondego defender um estatuto conquistado ao longo da época e fez por merecer esse sonho de estar na Liga dos Campeões na próxima época, mas faltou-lhe mais qualidade na finalização, perante um adversário sempre muito concentrado na retaguarda.

Os minhotos, empurrados por cerca de três mil gargantas, assumiram desde cedo a intenção de empurrar a Académica para a sua defesa, mas os estudantes mostraram saber da lição, aplicando-se com concentração e afinco sempre que não tinham a bola. Mas sempre que a recuperava, a formação estudantil lançava-se rapidamente no ataque e mantinha, assim, os homens de Cajuda em sentido.

As ocasiões de golo foram escassas, para não dizer que se resumiram a alguns remates, em maior número para os forasteiros, mas quase sempre à figura de Pedro Roma. Do lado dos da casa, as transições iam funcionando, mas faltava clarividência no último terço.



A Académica tentou sacudir a pressão e apostar mais no ataque na segunda parte, mas os vice-líderes não o permitiram. Continuaram a carregar no acelerador e a usar o abre-latas para furar a defesa estudantil, com duas quedas duvidosas na área da equipa da casa pelo meio, sempre com Pedro Henriques, no seu estilo muito britânico, a mandar seguir. Domingos Paciência, no lançamento da partida, desejou que a sua equipa fosse beneficiada pela arbitragem para compensar as alegadas ajudas aos vimaranenses nas últimas jornadas e, se calhar, acabou por consegui-lo.

A equipa da cidade berço porfiou mas não conseguiu desmontar a bem escalonada defesa da Briosa e foi esta, com o aproximar do final do encontro, que começou a mostrar sinais de que poderia chegar ao golo. Orlando deu o mote, com um cabeceamento à barra, a melhor ocasião da partida, mas o empertigamento dos estudantes ficou-se por aqui.

Os minhotos ainda responderam com um lance que poderia ter, também, acabado em golo, mas Pedro Roma, com a ponta dos dedos, desviou o remate de Carlitos. Em rigor, era a primeira oportunidade verdadeiramente de golo dos comandados de Cajuda apenas a três minutos do fim.

O V. Guimarães aumentou para oito a sequência de encontros sem perder (cinco vitórias, uma delas sobre o Sporting, e três empates), mas pode deixar o segundo lugar no final da jornada. Já a Académica somou mais um ponto na luta pela manutenção e está, praticamente, salvo da descida.

Qual é o porquê de não ter sempre um ambiente destes no estádio? A Académica merece...