sábado, 5 de janeiro de 2008

Académica 3-3 Sp. Braga. Lagosta servida como sobremesa



Estádio Cidade de Coimbra, Coimbra
Assistência: 4.207 espectadores
Árbitro: Artur Soares Dias, AF Porto



Manuel Machado esteve à beira de, finalmente, bater uma ex-equipa no primeiro reencontro. Não o conseguiu, porque, nos últimos instantes, um dos seus antigos jogadores, Joeano, estragou-lhe o apetitoso prato de lagosta que se preparava para saborear.
Contextualizando: na projecção deste jogo, o (agora) treinador do Sp. Braga comparou o plantel que treinou até à terceira jornada a «bacalhau», pelo que, enquanto esteve em Coimbra, não lhe foi possível «cozinhar lagosta». Obviamente, a frase caiu mal na Lusa Atenas, sobretudo entre jogadores e dirigentes, que a entenderam como um atestado de incompetência. Feridos no orgulho, tentaram responder à altura, mas a justiça só chegou no final, porque os arsenalistas foram tremendamente eficazes e estiveram na frente do marcador por duas vezes.
O jogo começou, à semelhança da própria noite, com uma toada fria. Mas a Briosa era a equipa que revelava mais intencionalidade e passou rapidamente aos actos. Catapultados por Hélder Barbosa, os estudantes foram encostando o adversário às cordas e foi preciso um voo de Paulo Santos para evitar um golo certo de Lito.
Estava o Sp. Braga aparentemente recolhido lá atrás, indefeso e à espera do golpe de misericórdia, quando, no primeiro remate dos minhotos à baliza, Roland Linz aproveitou uma desconcentração colectiva da defesa da casa para abrir o marcador. Totalmente contra a corrente.
A Académica respondeu por intermédio de Paulo Sérgio, contudo, o remate do brasileiro foi desviado a tempo. Depois disso, a formação de Coimbra, que tão bem havia iniciado a partida, passou por um período de desorientação. Perdeu as referências atacantes na exacta proporção em que o Sp. Braga começou a acertar nas marcações e, finalmente, a trocar a bola.
Os visitantes dispuseram, então, de excelente oportunidade para resolver o desafio, porém, numa jogada confusa, Frechaut e Wender não atinaram com a baliza. Mal sabiam que a falha lhes sairia cara, volvidos alguns instantes.
A Académica intensificou a pressão à medida que o intervalo se aproximava e, num dos lances mais conseguidos do seu ataque, Hélder Barbosa colocou justiça no marcador, num cabeceamento perfeito.
No reatamento, o espectáculo foi mais fraco, mas houve golos. Primeiro da Académica, que, graças a Tiero, levou os adeptos locais a gritar «Bacalhau! Bacalhau!» em direcção a Manuel Machado. No entanto, no minuto seguinte, o Sp. Braga voltou a explorar as fragilidades da defesa contrária e restabeleceu a igualdade.A eficácia do ataque minhoto veio, então, ao de cima, com o segundo golo de Roland Linz e a consequente cambalhota no marcador, novamente sem aviso prévio. Até ao final do jogo, a Académica tentou o derradeiro assalto e, já nos descontos, Joeano evitou a derrota, confirmando, ainda assim, a tendência dos minhotos em não perder em Coimbra, que se verifica desde 2003.

O blog Academicaemdia tem o exclusivo de um vídeo, onde se pode ver o treinador Manuel Machado a ser confrontado por alguns adeptos com a "história do bacalhau". O vídeo será aqui postado logo que possível.