segunda-feira, 12 de novembro de 2007


Estádio do Bonfim, Setúbal
Assistência: cerca de 5 mil espectadores
Árbitro: Artur Soares Dias, do Porto
Assistentes: João Silva e Rui Licínio
4º árbitro: José Rodrigues



Sensação só para os menos atentos. Este Vitória esbanja tranquilidade assente numa equipa muito bem organizada que entra em campo com tarefas bem definidas e que completou este domingo um terço do campeonato (10 jogos) sem uma única derrota. Foram precisos apenas dois minutos para a equipa de Carlos Carvalhal derrubar a Académica (3-1) no Bonfim.

Domingos Paciência ainda tentou colocar um travão na facilidade de processos do Vitória, com Pavlovic entre duas linhas de quatro jogadores, procurando ganhar vantagem numérica no meio-campo, mas o Vitória adaptou-se num ápice ao congestionamento central, fazendo escoar o seu jogo ofensivo para as alas, com Leandro e Matheus bem abertos nos flancos e Cláudio Pitbull solto no terreno, sempre perto da bola. A estrutura dos estudantes abanou e, em dois minutos, ruiu, curiosamente pela zona central. Um passe magistral de Ricardo Chaves, soltou Matheus pelo meio, apanhando a defesa da Académica em contra-pé, e o brasileiro atirou para o seu quinto golo na Liga.
A Académica tentou reagir de imediato e sofreu novo golo no lance seguinte. Ricardo Chaves, mais uma vez, com um passe em profundidade lançou Elias pela direita e o médio, com tranquilidade e sem oposição, cortou caminho para a área e atirou a contar perante a saída de Pedro Roma. Tudo demasiado fácil. O Vitória adaptou-se ao novo cenário, recuando no terreno e trocando a bola no seu meio-campo, protegido pela sombra. Matheus, sobre a esquerda, onde o sol ainda batia com intensidade, bem pediu a bola, mas os seus companheiros preferiram resguardá-la até ao intervalo. A Briosa criou apenas uma oportunidade para reduzir, num desvio de cabeça de Joeano na sequência de um livre de NDoye.
Domingos Paciência não esperou mais e reconstruiu a sua equipa num 4x3x3 claramente mais ofensivo com as entradas de Fofana e Hélder Barbosa para os extremos, com Lito a assumir a zona central. Carlos Carvalhal refrescou o ataque, trocando Leandro por Bruno Gama, mas o Vitória continuou a jogar na gestão do resultado, trocando a bola sem grandes propósitos ofensivos e acabou por pagar por isso. Num passe inofensivo de NDoye, Eduardo saiu ao encontro da bola, Fofana também tentou a ganhá-la, mas sem que nehum deles chegasse a tocar-lhe, a bola seguiu, devagar, devagarinho, a caminho das redes.. Um silêncio profundo percorreu as bancadas do Bonfim, fazendo agora os adeptos da mágica Briosa e em especial a Mancha Negra a festa.
No entanto, foram precisos outros dois minutos para a euforia voltar a imperar entre os adeptos sadinos. Orlando viu um segundo amarelo por falta sobre Matheus e fragilizou a sua equipa e, na sequência do livre, marcado por Pitbull, NDoye levou a mão à bola e ofereceu uma grande penalidade que o próprio Pitbull se encarregou de transformar em golo. O Vitória, em vantagem numérica e no marcador, voltava a jogar com tranquilidade e a mandar no jogo, assegurando a quarta vitória, com mais três golos marcados, que lhe permite igualar o Sporting no quarto lugar com o estatuto de invencível intacto.

Quanto à nossa Académica, continua com os mesmos 8 pontos com que partiu para a cidade do Sado, ocupando a 13ª posição da tabela, com 8 golos marcados e 15 sofridos.