Em terra de tradições há que mantê-las. É isso que o Benfica tem feito em Coimbra, onde já não perde há 35 anos, mesmo depois da revolução que Quique Flores fez no onze que defrontou a Académica este domingo. O espanhol mudou cinco peças e contou com o regresso de Ruben Amorim e a certeza dos penalties de Cardozo para conquistar a quarta vitória consecutiva no campeonato. Sem pressas para ser líder, como afirmara o treinador, os encarnados mantêm a perseguição ao Leixões, enquanto a Briosa leva seis jogos sem vencer.
Quique Flores colocou um onze surpreendente em campo: David Luiz foi lateral-esquerdo no lugar de Jorge Ribeiro e saíram Carlos Martins, Aimar, Katsouranis e Suazo. Entraram Binya, Reyes, Ruben Amorim e Cardozo. Uma revolução que deu à equipa um aspecto mais operário que talentoso. A Académica respondeu num 4x3x3 raro esta temporada. E aí, Lito e Sougou foram dor de cabeça para os laterais encarnados durante o primeiro tempo. Deixaram de ser tanta ameaça depois do 2-0, que nasceu num penalty que deixou muitas dúvidas.
As águias entraram bem na partida, ganharam vários cantos, mas faltava algo mais para pôr Peskovic em risco. Sem o conseguirem, levaram a que a Académica equilibrasse a partida e, depois, até foram os estudantes a criar o primeiro grande lance de perigo, com Sougou a atirar à trave.
O Benfica ressentia-se da falta de um criativo no miolo, mas é nessas alturas que Nuno Gomes tem o hábito de sobressair. O capitão fez mais uma assistência para golo, desta vez a descobrir Ruben Amorim, de pé esquerdo. Não finta, não progride com a bola em corrida? Pode ser, mas compensa com uma visão de jogo rara. Descobriu o caminho do golo e Ruben Amorim teve um regresso feliz após lesão.
Com o encontro dividido, o 1-0 tranquilizou as hostes encarnadas, mas do outro lado a Académica estava ainda muito atrevida e talvez a justificar outro resultado. Isso mudaria depois do intervalo.
Dos onze metros, Cardozo não falha
O intervalo trouxe os mesmos onzes, mas cedo os técnicos começaram a mexer nas equipas. E tudo por culpa do penalty assinalado por Pedro Proença. Com Cardozo em campo, uma grande penalidade transforma-se na certeza de golo e os encarnados tranquilizaram-se.
Depois, o Benfica mostrou-se equilibrado, sem passar por sobressaltos que teve noutras ocasiões. Quique Flores mudou o parceiro de Nuno Gomes no ataque, com a troca de Cardozo por Suazo. O hondurenho até teve a melhor ocasião do segundo tempo, ao atirar ao poste, e depois um cabeceamento ao lado, nos 90 minutos.
O Benfica não é o líder, como gritava a claque encarnada, mas usou a força a meio-campo para mostrar uma faceta mais equilibrada, mesmo que por vezes tenha deixado a Académica ter a bola.
Quique pôde dar descanso a peças importantes, lançou Balboa no final já depois de Ruben Amorim ter recebido aplausos na troca por Jorge Ribeiro. Liderada pelo capitão Nuno Gomes, a revolução encarnada acabou por ser tranquila, tal como é a espera por um deslize do Leixões.
Na próxima jornada, a nossa Académica irá defrontar o FC Porto, na Segunda Feira (1 de Dezembro, Feriado).
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